1- Mediante um contexto que evidencia um “endeusamento da tecnologia”, em que contraponto à vertente “pessimista”, assim como uma discussão ponderada entre os aspectos positivos e negativos das tecnologias da informação e comunicação, tendo em vista uma sociedade menos desigual e mais democrática, como considerar a relação educação escolar e as TICs?
A tecnologia deve ser encarada como uma ferramenta para a vida profissional e social. Em alguns casos é impossível imaginar a sociedade sem a comodidade proporcionada pelas TICs. Entretanto é preciso enxergar que essas tecnologias não estão disponíveis para todos da sociedade. E o pior, quando disponível, muitos indivíduos não sabem como utilizá-las. Como as TICs estão presentes em todos os segmentos da sociedade e seu domínio está diretamente ligado às oportunidades de trabalho, é preciso que as tecnologias sejam encaradas como componentes curriculares obrigatórios na educação (desde a básica até a superior). Creio que desta forma, mais indivíduos poderão ter acesso às tecnologias.
2- Quais elementos apontados pela autora nos possibilitam dialogar acerca do paradigma da complexidade nesse contexto de TICs?
A autora aponta como elementos para o paradigma da complexidade: a interdependência, auto-organização, auto-criação, dialogia, noção de sistemas, noção de totalidade, efeito de circularidade (compreendido pela cibernética).
3- A autora discute as relações entre ciência-cultura-educação-tecnologia. No documentário “Encontro com Milton Santos”, esses elementos, exceto a educação são contemplados pelo filme. Essa associação apresenta parâmetros comuns nas análises estabelecidas nesses instrumentos (textos e filme)? Que aspectos mereceriam um enfoque mais detalhado em uma discussão numa disciplina que trata das novas tecnologias e a educação?
Tanto no filme quanto no texto podemos perceber que essas relações estão diretamente ligadas ao capitalismo, às transformações geopolíticas e sócio-econômicas. No meu ponto de vista a grande questão gira em torno dos projetos pedagógicos desenvolvidos para a educação e da qualificação dos profissionais que conduzirão tais projetos em sala de aula. É preciso discutir como tornar mais efetivo, eficiente e eficaz a utilização das TICs no processo ensino-aprendizagem.
4- O que sintetiza a tese da autora quanto às “Tecnologias na/para Educação/Escola”?
Para a autora a educação e a escola já se encontram repletas de tecnologia, assim como os demais setores da sociedade, as TICs são uma realidade no cotidiano dos professores, dos alunos e dos demais funcionários da escola. Desta forma, as TICs já estão na educação e já estão na escola. Entretanto, não importa a professores e alunos aprender a usar os novos meios tecnológicos na educação, é mais importante pensar as tecnologias para a educação. Este enfoque supõe uma mudança de perspectiva fundamental para operar uma mudança de sentido, ou seja, pensar nas tecnologias para a educação supõe um exercício de reflexão de um coletivo, um coletivo que possa potencializar a tomada de decisões, assumir posições, criar iniciativas, traçar planos, estabelecer políticas, definir pedagogias, definir pontos de partida, inventar novos percursos, novos trajetos, em síntese: na escola, reinventar a escola; potencializar a educação pela aposta na reflexividade.
5- No tópico “As relações entre informação e conhecimento” a autora apresenta e suscita vários questionamentos. Reporte aos mesmos e apresente algumas reflexões que possam contribuir com a discussão sobre essa temática.
Antes de tudo é preciso esclarecer alguns conceitos, partimos do conceito inicial que é dado. Dado é um fato do mundo real, um número, uma palavra, que sozinho não agrega utilidade. O resultado do processamento dos dados de forma a obter significado útil é a informação. A partir do processamento da informação obtemos o conhecimento. A primeira questão é “como trabalhar, na dimensão da construção do conhecimento, com pacotes informacionais, sem autores, fechados, monológicos, autoritários?”. A princípio é importante conhecer a fonte das “informações” obtidas no mundo informatizado. A Internet é uma rede pública onde é possível que qualquer pessoa postar na rede. É importante que o uso da tecnologia seja tutoriado para que o aluno saiba aproveitar os bons conteúdos da rede. Outra grande questão, que pode ser respondida como a anterior, é “como produzir conhecimento a partir das tecnologias da informação?”. Isto é uma tarefa árdua feita a partir de escolhas, de decisões sobre o que examinar, como examinar, o que selecionar, o que (dentre os elementos) juntar ou ligar, com vistas a estabelecer relações de causa e efeito, de correspondência, de equivalência de oposição. Outra dúvida levantada é “a sala de aula convencional, o livro-texto trata com informações e fatos ou trata com o conhecimento?”. A grande verdade é que os professores estão tão preocupados em apresentar todas as informações consideradas relevantes a um certo conteúdo que não chegam a prestar atenção nas possibilidades de discussão e reflexão que se apresentam no decorrer da aula. Os alunos não fazem escolhas relativas a diferentes formas de interpretações diferentes da apresentada pelos professores e não tem a experiência de analisar as informações e fatos estabelecidos. Em resumo, a grande questão é sobre a reforma da escola, ela precisa se transformar para dar conta do conhecimento, não da informação. Somente desta forma a relação entre informação e conhecimento será mais estreita.
6- Do mesmo modo, no tópico “Relações entre comunicação e dialogia” a exposição da autora é permeada por indagações implícitas e explícitas. Considere esses elementos de forma sistematizada para uma exposição no grupo.
Neste tópico é preciso distinguir entre comunicação, compreensão, conhecimento e diálogo. Partindo dos conceitos mais básicos, diálogo pode ser conceituado como através da palavra, ou entre pensamentos, ou ainda fazendo pensar naquilo que atravessa mentes e discursos. Para se haver diálogo é preciso que haja um enfrentamento de palavras, discursos e pensamentos entre os interlocutores. A próxima etapa é a compreensão, compreender significa aprender junto, ou seja, compreender é da ordem da construção do conhecimento. A compreensão significa inferir acerca das condições de produção dessa informação. A comunicação pode ser a comunicação da informação fechada, autoritária, disciplinar, neste caso, não se instaura o diálogo. Relacionando este contexto à exploração das TICs em sala de aula sob este enfoque, o da multivocalidade (muitos autores), dos sentidos polifônicos (cada autor gerando novos sentidos na cadeia de sentidos), poderá contribuir de um modo especial, na promoção de condições possibilitadoras de construção de conhecimento.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Nenhum comentário:
Postar um comentário