domingo, 13 de março de 2011

Roteiro de Estudo: Exclusão Digital: A miséria na era da Informação

1-           Como se configura as denominadas “Revolução tecnológica, Revolução Informacional” segundo Silveira e que interfaces podemos estabelecer desses pressupostos com o Documentário “Encontro com Milton Santos”?
Conforme Silveira, a “Revolução Tecnológica” é devido ao computador ter se tornado um equipamento de vital importância para a sociedade contemporânea, seja como instrumento da comunicação, da economia ou da gestão do poder. Vários autores citados por Silveira compartilham desta mesma filosofia, apesar de denominações diferentes – Revolução Digital, Revolução Informacional, Era do Acesso, dentre outras.Por outro lado, segundo Silveira, a “Revolução Informacional” se difundiu a partir da década de 70 com a propagação da Internet, ou seja, se tornou possível com a comunicação dos computadores interligados em redes de computadores. O documentário “Encontro com Milton Santos” evidencia essas revoluções sob a ótica da globalização, relacionando poder aquisitivo do indivíduo com o seu acesso às tecnologias e a possibilidade de obter informação a partir delas. Milton Santos enfatiza o processo vital do capitalismo, onde o foco não é o mais o homem e sim o quanto ele é útil para o sistema e o poder de compra que ele possui.
2-           Discuta no grupo a relação entre “Inclusão social via inclusão digital”. No bojo dessa discussão contemple algumas políticas públicas, em especial o Projeto UCA (Um Computador por Aluno):
No meu ponto de vista a exclusão digital é fruto da exclusão social e não o contrário. A sociedade é cada vez mais a sociedade da informação e os grupos sociais que não souberem manipular, reunir, desagregar, processar e analisar informações ficarão distantes da produção de conhecimento. Não basta apenas demonstrar a tecnologia nos centros acadêmicos, mas ela tem que fazer parte do cotidiano das pessoas. Vale ressaltar que as ações de inclusão digital são importantes para a redução da miséria, do ponto de vista de inclusão e permanência no mercado de trabalho, mas é uma realidade muito controvérsia querer qualificar um aluno de classe social baixa nas tecnologias mais desenvolvidas se no seu lar falta a infraestrutura básica para sobreviver, como saneamento básico, energia elétrica e comida.  Vista a necessidade de alfabetização tecnológica, os governantes do mundo, propõem política públicas para a inclusão digital. Na primeira gestão do governo Clinton – Al Gore, o governo norte-americano distribuiu computadores para quase todas as escolas do país, porém esta iniciativa não deu certo, pois por falta de uma política de requalificação dos docentes e uma nova diretriz pedagógica que vislumbrasse a revolução tecnológica em muitas regiões as máquinas viraram sucatas.  Não basta levar os computadores para a escola, é preciso discutir o seu uso didático-pedagógico e buscar incorporá-los ao processo de ensino-aprendizagem. Algumas propostas incluem abrir as salas de informática para a comunidade não-escolar, sendo assim uma forma de potencializar o uso de recursos escassos e relativamente caros. Outra proposta é a constituição de pontos eletrônicos de presença em áreas de grande fluxo de pessoas. Várias instituições têm experimentado a instalação de totens e quiosques com acesso à rede ou alguns serviços da rede – o projeto mais abrangente nesta área é o dos Correios, onde é permitido acessar sites da web, obter um e-mail gratuito e até participar de salas de bate-papo on-line. Outras iniciativas de inclusão digital passam pelo financiamento subsidiado a equipamentos (computadores) e à conexão (linhas telefônicas e provedores de acesso), pela construção de equipamentos a preços populares. Um dos projetos mais populares do governo é a UCA – um computador por aluno – esse projeto visa utilizar tecnologia, inclusão digital e adensamento da cadeia produtiva comercial no Brasil. Sendo que cada escola receberá os laptops para os alunos e professores, acesso à Internet e professores qualificados na área. Trata-se de um projeto bastante interessante, mas que ainda está inviável a grande maioria.
3-           Silveira apresenta na p.26 uma discussão interessante sobre alfabetização tecnológica, diante do analfabetismo funcional. Acrescenta a essa temática o exemplo ocorrido no Governo Clinton. No Brasil, ainda temos como fato real um alto número de analfabetismo (pessoas que não possuem o domínio básico dos códigos de leitura e escrita). Conforme a realidade brasileira como abordar essa problemática?
O analfabetismo é um dos grandes problemas sociais do nosso país, muitas pessoas ainda não possuem o domínio básico dos códigos de leitura e escrita. Temos também uma outra categoria de analfabetismo, o analfabetismo funcional, onde apesar de conhecer os códigos, o indivíduo é incapaz de obter informação e conhecimento a partir deles. Na minha opinião, há que se fazer um trabalho em paralelo capacitando os profissionais para utilizarem de forma eficiente as máquinas para podem instruir os indivíduos já alfabetizados e deve-se haver uma política (campanha) pública de alfabetização.
4-           Problematize e socialize a discussão sobre o uso didático das TIC’s em prol da inclusão digital:
As TIC’s (tecnologias de informação e comunicação) podem ser definidas como tecnologias e instrumentos usados para compartilhar, distribuir e reunir informação, bem como para comunicar-se, mediante o uso de computadores e redes de computadores interconectados. Possibilitando acesso às TIC’s, seja na escola, no trabalho, nos centros de lazer, é possível se trabalhar em prol da inclusão digital, mas ressalto que o maior problema da sociedade é a inclusão social.
5-           Existe uma grande discussão acerca da compreensão de que a democratização da informação e do conhecimento perpassa pelo software livre. Comente essa perspectiva:
A característica básica de um software livre é que ele não precisa de licença paga para ser utilizado, isto é, sua distribuição é gratuita. Aliado a isto temos que a grande maioria destes softwares também possui seu código-fonte de acesso livre, ou seja, é possível se adequar os softwares para cada necessidade podendo agregar na inteligência coletiva. Creio que o fato de não haver custos para a obtenção do software auxilia na democratização da informação, porém não é a única solução, é preciso além do software, hardware de baixo custo e profissionais qualificados para a utilização destes.
6-           Em face dos elementos que Silveira nos aponta o que podemos sinalizar em termos elementos indispensáveis para as políticas educacionais em prol de inclusão digital?
O uso das TIC’s mesmo que de forma precária é um elemento que ajuda a iniciar, “plantar a semente” dentro de cada um. As políticas de inclusão social devem ser pensadas por quem vive a realidade nos centros de ensino para que projetos interessantes não se tornem inviáveis. Devemos elevar a questão de inclusão digital à condição de política pública. O autor deixa claro que cabe ao Estado em suas três esferas, tornar o acesso a rede mundial de computadores um direito básico.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Exclusão Digital: A miséria na era da informação. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001.

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