Caros colegas, a nossa aula do dia 02/04/2011 foi transferida para 09/04/2011, sendo a Profª Valdirene no período matutino e a Prof. Alba no período vespertino....
Atualizem suas agendas....
Abraços
sábado, 26 de março de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
Convite para uma leitura interessante...
Convido vocês a lerem a resenha do polêmico livro (ainda não traduzido para o nosso idioma):
CARR, N. 2010. The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains. New York, W.W. Norton & Company, Kindle Edition.
A tradução livre o título do livro é: "Os superficiais: o que a internet está fazendo com os nossos cerébros" é provocativa e nos instiga a conhecer um pouco da obra. A resenha, por sua vez se inicia com uma provocação interessante.
Convido todos/as para lerem a resenha.
Acessem o link e boa leitura e depois voltem para comentar.
Abraços
Valdirene
quarta-feira, 23 de março de 2011
Construção “livre” do conheciemento a partir do processamento multimídico
CONSTRUÇÃO “LIVRE” DO CONHECIMENTO A PARTIR DO PROCESSAMENTO MULTIMÍDICO
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídico, é mais “livre”, menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata (MORAN 1998, p. 148-152).
1. Hummmm... eu que já ando encucado, como sabem, com as metáforas, me pergunto por que essa criatura, Moran,digitou a categoria livre entre aspas???
2. Como diz tão singelo autor todas, todas as conexões abertas irão imbricar na organização do racional.
Sim!!! Convenhamos que sim!!! Pergunto – à moda de Sócrates que sempre quando falava de sapatos, falava sempre a mesma de coisa de... sapatos – então falo eu (e isso não é, por gentileza, uma cacofonia)... digo eu, pergunto eu então: em se tratando da construção do conhecimento a que vem toda essa parafernália??
3. Certa vez tive uma aula com o professor Dr. João Alberto da Costa Pinto - Faculdade de História da UFG -, isso nos idos de 2002, portanto, uma década passada, em que ele afirmava algo curioso sobre as modernas tecnologias... os brinquedinhos para nossas crianças já saem da fábrica semelhantes a ferramentas de trabalhos que elas irão utilizar em seu mundo...adulto!!!
4. Agora o Senhor Moran com o parágrafo belíssimo que cito na epígrafe nos fala sobre a construção do conhecimento que há em tais brinquedos.
5. Gente??? Pessoas??? Há quem diga que “destruir é edificar” e eu concordo com essa assertiva. Todavia – a meu ver – nessa hipótese estamos a destruir o Eu de cada individuo. E lhe sobrarão ainda alguns vestígios de seu caráter após esse contato multimídico “livre”??? [ hummmmm descobri porque a tal criatura usou as... aspas ].
Considerações finais
Penso então que o Moran está a alertar e as aspas têm por objetivo inverter o sentido de "livre". Sendo assim de forma alguma a construção do conhecimento no âmbito multimídico é menos rígida. Esses dois últimos vocábulos ditos por Moran já estão sem aspas. Discordo do conhecimento ser menos rígido. O que ocorre é a impossibilidade de controlar integralmente o processo. Todavia em outro comentário fiz a pergunta aos demais colegas. No Estado chinês a Net só publica o que o Estado quer. Algum ingênuo e inocente leitor pode imaginar que no Novo Mundo é diferente? Não!!! Eles lá simplesmente deixam de transmitir na fração de segundo que assim o desejarem.
Todo Poder ao Indivíduo
Seminário de Novas Tecnologias e Educação
ORGANIZAÇÃO DO SEMINÁRIO DA DISCIPLINA: NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO
Livro:
BELLONI, M. L.. O que é mídia-educação. Campinas: Autores Associados, 2001.
Grupos e textos:
Informações gerais | Grupos | Texto - capítulo |
Apresentação Dia: 19/03 Tempo: Ao término de cada apresentação será aberto o momento para questionamentos: (10 minutos). | Erinaldo e Maria Helena | Cap. |
Maritza, Elaine | Cap. 2 - Da tecnologia à comunicação educacional | |
Neila, Talita, Renata, Daniele | Cap. 3 - Mídia-educação: ética e estética | |
Ivete, Cristina, Larissa | Cap. 4 - Reflexões sobre a mídia | |
Edinéia, Juscinéia, Kátia. * Esse grupo é do livro de Toschi, mas por uma questão de distribuição dos grupos apresentará neste dia. | A internet como aliada no ensino da leitura |
Livro:
TOSCHI, Mirza Seabra. Leitura na Tela: da mesmice à inovação. Goiânia: PUC Goiás, 2010
Grupos | Texto |
Alaor, Goncílio, Danilo Dias | O uso do computador nas aulas de história |
João Coelho, Lindomar, Washington | O processo de leitura escolar e o uso da tecnologia |
Caroline, Karine, Thayara | Uma experiência de formação de professores no uso do computador e da internet |
Custódio, Michelly, Sara | Perspectiva instrucionista e perspectiva dialógica do letramento |
Fernanda, José Alexandre, Fernando | As novas tecnologias e o ensino de matemática |
Marta, Antônia, Rita | A dupla mediação no processo pedagógico |
Aproveito a ocasião para divulgar o endereço para se informarem e inscreverem no IV Edipe, que ocorrerá de 18 a 20 de maio em Goiânia.
Acessem o link se informem, façam a inscrição e participem. OBS. O período para envio de trabalho está aberto até o dia 05 de abril.
Até mais
Valdirene
domingo, 20 de março de 2011
Mitologização da Sociedade
MITOLOGIZAÇÃO DA SOCIEDADE
Na sociedade moderna a escola tal qual a encontramos no Estado-nação, afirma Ivan Illich, “desempenha a tríplice função, própria das poderosas igrejas no decorrer da História. É simultaneamente o repositório do mito da sociedade; a institucionalização das contradições desse mito e o lugar do rito que reproduz e envolve as disparidades entre mito e realidade”.1
A propósito dos mitos propagados pela instituição denominada escola, Paulo Freire (1979), com propriedade, afirma em sua obra Pedagogia do oprimido que
O sistema educacional mantido pelos conquistadores e colonizadores se dá através da transformação de seres humanos em massas espectadoras passivas e gregárias, por isso mesmo, alienadas de seu humanismo; esse fato ocorre através da educação bancária — depósitos e comunicados — que nos impõem todos os meios de comunicação com sua mitificação do mundo. Citamos alguns exemplos: o mito de que a ordem opressora é uma ordem de liberdade. De que todos são livres para trabalhar onde queiram. Se não lhes agrada o patrão, podem então deixá-lo e procurar outro emprego. O mito de que esta ordem respeita os direitos da pessoa humana e que, portanto, é digno de todo apreço. O mito de que todos, bastando não ser preguiçosos, podem chegar a ser empresários — mais ainda, o mito de que o homem que vende, pelas ruas, gritando: doce de banana e goiaba é um empresário tal qual o dono de uma grande fábrica. O mito do direito de todos à educação quando o numero de brasileiros que chegam às escolas primárias dos pais e o do que nelas conseguem permanecer é chocantemente irrisório. O mito da igualdade de classe, quando o sabe com quem esta falando? é ainda uma pergunta de nossos dias. O mito do heroísmo das classes opressoras, como mantenedoras da ordem que encarna a civilização ocidental e cristã que elas defendem da barbárie materialista. O mito de sua caridade, de sua generosidade, quando o que fazem, enquanto classe é assistencialismo que se desdobra no mito da falsa ajuda [...]. O mito de que as elites dominadoras no reconhecimento de seus deveres são as promotoras do povo, devendo este, num gesto de gratidão, aceitar a sua palavra e conformar-se com ela. O mito de que a rebelião do povo é um pecado contra Deus. O mito da propriedade privada como fundamento do desenvolvimento da pessoa humana, desde, porém que pessoas humanas sejam apenas os opressores. O mito da operosidade dos opressores e o da preguiça e desonestidade dos oprimidos. O mito da inferioridade ontológica destes e o da superioridade daqueles. Todos esses mitos e mais outros que o leitor poderá acrescentar cuja introjeção pelas massas populares oprimidas é básica para a sua conquista, são levados a elas pela propaganda bem organizada, pelos slogans, cujos veículos são sempre chamados meios de comunicação de massas. Como se o depósito deste conteúdo alienante nelas fosse realmente comunicação. 2
Enfim, a respeito da mitologijação posta em prática pelas escolas, quer estejam elas sediadas em reinos, impérios, países fascistas, democratas ou socialistas, pequenos ou grandes, ricos ou pobres, em qualquer parte do mundo, o currículo de tais escolas objetiva iniciar o cidadão no mito de que as burocracias guiadas pelo pretenso conhecimento científico são eficientes e benévolas.3
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 7. Ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 1979.
ILLICH, Ivan. Sociedade sem escolas. 4. Ed. Petrópolis, 1977
Todo Poder ao Indivíduo
3º ENCONTRO
Antonio Carlos Xavier
Este ensaio visa trazer à discussão as mudanças que as Tecnologias de Informação e Comunicação têm provocado nas formas de aprendizagem da nova geração que as utiliza. Admitindo-se como irrevogável a tecnologização da educação nos dias de hoje, nota-se a necessidade de torná-la uma aliada na aquisição das habilidades e competências exigidas por tal tecnologização. Propõe-se nesse ensaio uma mudança radical de abordagem pedagógica, abandonando-se o ensino instrutivista e adotando-se a aprendizagem (re)construtivista. Os protagonistas desse processo, quais sejam: aprendizes, professores e gestores da educação precisam se articular para que tal mudança pedagógica efetive-se na prática. Os novos aprendizes já começaram a fazer sua parte.
Tecnologia + Neoliberalismo = Tecnociência
Dessa forma, transfere-se a essas instituições a responsabilidade que não é só dela, mas de toda uma conjuntura de planejamento e execução do poder público constituído para tornar tais instituições verdadeiros espaços de desenvolvimento de cérebros e implementos científico que vão efetuar o progresso tecnológico necessário. Segundo Valente (1999, p 35), a educação é um serviço e por isso em geral se adapta às mudanças apontadas pelo viés ideológico e pelo modelo econômico de gestão adotados pelo grupo político que detiver o poder no momento. Nos quatro cantos do mundo, imperam quase soberanamente o Neoliberalismo e sua economia de mercado com a intervenção mínima do Estado em tais negócios; ou seja, reina um mercado livre, de iniciativa privada com ações minimalistas do poder constituído.
Cognição e emancipação do aprendiz
Contrariamente a Maturana, Varela (1999) postula que a realidade externa e o equipamento perceptor devem entrar em equilíbrio, cujo predomínio de um ou de outro será sempre determinado pelo ponto de vista do sujeito. É ele quem tem a palavra final no processamento hermenêutico dos dados que são apreendidos e tratados por seu aparato perceptor mental. Divergências conceituais à parte quanto à predominância ou equilíbrio da realidade ou do sujeito no processo interpretativo, fase constitutiva da aprendizagem para Varela e Maturana, não se deve ignorar a dimensão enriquecedora da percepção trazida pelas tecnologias digitais se aplicadas à educação. Basta que tomemos o computador como exemplo de equipamento tecnológico para percebermos que sua inserção no espaço escolar, no mínimo, aumenta o interesse dos alunos por algumas situações de aprendizagem não necessariamente novas. O efeito novidade de qualquer recurso pedagógico por si só já funciona como um atrator da atenção dos aprendizes que, por sua vez, são movidos pela curiosidade inerente aos humanos fazendo-os supor que é possível aprender até mesmo brincando.
Entre o aprendiz e as tecnologias, o professor
Acrescente-se a isso que a nova geração, que cresce com acesso a vídeo-game, computador, telefone celular, máquina fotográfica digital, MP3 Player entre outros equipamentos digitais, começa a apresentar modos de pensar e de se comportar que os fazem adquirir um conjunto de características e práticas sociais, afetivas e intelectuais bem diferentes e certamente desafiadoras para pais, professores e gestores das políticas educacionais. Em outras palavras, os aprendizes da nova geração estão raciocinando e agindo de modo surpreendente, pois eles têm desenvolvido a capacidade de: apreender, gerenciar e compartilhar os novos conhecimentos aprendidos com os parceiros de suas comunidades virtuais; checar on-line a veracidade das afirmações apresentadas e refutar com base em dados disponíveis na rede, a fim de exercitar a crítica a posicionamentos e não simplesmente acolhir7 de tudo o que se diz na Internet como verdades incontestáveis. Explorar e contemplar as formas de arquitetura escolhida para apresentar as idéias materializadas em discursos hipertextuais, os quais se valem tanto do sistema semiótico verbal quanto do visual e do sonoro como estratégia multisemiótica para se fazer entender entre as inúmeras páginas indexadas diariamente à grande rede; Essa mudança pedagógica fundamental, a qual a escola deve empreender com o suporte das novas tecnologias, implica a criação de ambientes virtuais de aprendizagem que possibilitam a reconstrução do conhecimento e evitam o instrucionismo mecanizado. Para isso as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) devem ser vistas como novos espaços de distribuição de informação à espera de acesso, processamento e articulação com outras informações já transformadas em saber útil para o aprendiz e para sua comunidade.
José Manuel Moran
José Manuel Moran é um dos maiores especialistas brasileiros no uso da Internet em sala de aula. Por isso, não se espere dele o deslumbramento do marinheiro de primeira viagem. Timoneiro experiente, ele conduz o barco devagar. Para o educador que acessa a rede pela primeira vez, ele adverte que nem sempre a maré está para peixe. "A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais". A tecnologia é tão-somente um "grande apoio", uma âncora, indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita o naufrágio. "A Internet traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade", insiste.
A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores. Continua a caber ao professor dois papéis: "ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o mesmo, os ventos mudaram de direção. É preciso ajustar as velas e olhar mais uma vez a bússola. E José Manuel Moran foi traçar rotas em mares nunca dantes navegados. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula".
"A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender"
A afirmação é do professor José Manuel Moran. Ele fala sobre o uso da Internet na educação, fundamentado seu pensamento na "interação humana",
de forma colaborativa, entre alunos e professores.
de forma colaborativa, entre alunos e professores.
José Manuel Moran é um dos maiores especialistas brasileiros no uso da Internet em sala de aula. Por isso, não se espere dele o deslumbramento do marinheiro de primeira viagem. Timoneiro experiente, ele conduz o barco devagar. Para o educador que acessa a rede pela primeira vez, ele adverte que nem sempre a maré está para peixe. "A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais". A tecnologia é tão-somente um "grande apoio", uma âncora, indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita o naufrágio. "A Internet traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade", insiste.
A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores. Continua a caber ao professor dois papéis: "ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o mesmo, os ventos mudaram de direção. É preciso ajustar as velas e olhar mais uma vez a bússola. E José Manuel Moran foi traçar rotas em mares nunca dantes navegados. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula".
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídico, é mais “livre”, menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata (Moran 1998, PP. 148-152).
Aluno: Washington
3º ENCONTRO AULA EXPOSITIVA E DIALOGADA
ANTONIO CARLOS XAVIER - AS TECNOLOGIAS E A APRENDIZAGEM RECONSTRUCIONISTA NO SECULO XXI.
Este ensaio visa trazer à discussão as mudanças que as Tecnologias de Informação e Comunicação têm provocado nas formas de aprendizagem da nova geração que as utiliza. Admitindo-se como irrevogável a tecnologização da educação nos dias de hoje, nota-se a necessidade de torná-la uma aliada na aquisição das habilidades e competências exigidas por tal tecnologização. Propõe-se nesse ensaio uma mudança radical de abordagem pedagógica, abandonando-se o ensino instrutivista e adotando-se a aprendizagem (re)construtivista. Os protagonistas desse processo, quais sejam: aprendizes, professores e gestores da educação precisam se articular para que tal mudança pedagógica efetive-se na prática. Os novos aprendizes já começaram a fazer sua parte.
Esse ensaio tem como objetivo primordial levar educadores e sociedade em geral à reflexão acerca do tema aqui proposto: as tecnologias digitais e sua aplicabilidade nos processos de aprendizagem diante das demandas por conhecimento do Século XXI. Mais do que apresentar sugestões, que possam incrementar as práticas pedagógicas dos educadores com as novas tecnologias de informação e comunicação emergentes, pretende-se apontar algumas conseqüências mais ou menos óbvias sobre as mudanças no processamentosócio-cognitivo dos aprendizes que estão ocorrendo para as quais os profissionais de educação precisam estar atentos. O constante debate em fóruns e eventos científicos e midiáticos serão capazes de sensibilizar a sociedade para os novos desafios que se afiguram e assim amadurecer posicionamentos éticos, estéticos e educativos com o objetivo de preservar a individualidade e a afetividade dos aprendizes diante dos dispositivos informáticos. É preciso tornar os usuários das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) conscientes da produtividade potencial constitutiva desses equipamentos tecnológicos e ao mesmo tempo evitar que se transformem em meros consumidores deslumbrados das recém-criadas máquinas mediadoras de comunicação.
Por um lado, o processo irreversível de automação industrial tem provocado modificações importantes no mundo do trabalho cujos efeitos sociais (desemprego, desigualdade de renda, marginalidade etc.) e psicológicos (ansiedade, insegurança, estresse etc.) mostram-se no mínimo preocupantes em face ao crescimento populacional em especial nos centros urbanos e à limitação dos recursos naturais. Por outro, essa mesma automação revelaria o progresso e o desenvolvimento humano e social, se devidamente sustentáveis, já que, em tese, os altos investimentos das grandes corporações em tecnologia indicariam avanço científico com promessas de mais cidadania e civilidade, bem como contribuiriam para a longevidade com aumento na qualidade de vida dos habitantes do planeta.
Tecnologia + Neoliberalismo = Tecnociência
Como disse Foucault (idem): saber é poder. Isso justifica o investimento maciço nas bases pensantes de uma sociedade, estratégia reconhecida por todos os governantes de todas as ideologias e filiações partidárias, como a única saída para o desenvolvimento social, econômico e cultural de uma nação, embora muitos deles na prática não a executem tanto quanto alardeiam e prometem. Em grande parcela dos discursos que partem do poder, tomam-se as instituições de ensino como o locus onde é gerado o conhecimento capaz de criar soluções sofisticadas que possam sanar dificuldades da vida humana. Dessa forma, transfere-se a essas instituições a responsabilidade que não é só dela, mas de toda uma conjuntura de planejamento e execução do poder público constituído para tornar tais instituições verdadeiros espaços de desenvolvimento de cérebros e implementos científico que vão efetuar o progresso tecnológico necessário. Segundo Valente (1999, p 35), a educação é um serviço e por isso em geral se adapta às mudanças apontadas pelo viés ideológico e pelo modelo econômico de gestão adotados pelo grupo político que detiver o poder no momento. Nos quatro cantos do mundo, imperam quase soberanamente o Neoliberalismo e sua economia de mercado com a intervenção mínima do Estado em tais negócios; ou seja, reina um mercado livre, de iniciativa privada com ações minimalistas do poder constituído. O objetivo final desta forma de gerenciamento é chegar ao acúmulo macro de capital com um gasto micro de tempo e recursos materiais e humanos. Neste sistema econômico, a palavra de ordem é ‘otimização’ de tudo, até mesmo da vida humana se for preciso.
As tecnologias e a mudança de abordagem pedagógica
Ao que nos parece, é a sociedade quem cria, adotado e convence todos os seus agentes a absorverem as vantagens das tecnologias, inclusive os processos envolvidos na aprendizagem. Neste contexto, as tecnologias são ratificadas pelos agentes sociais sempre que as utilizam em suas atividades cotidianas. É também por essa razão que se admite a tecnologização da educação como uma característica definitiva de nossa sociedade. Talvez a pergunta mais pertinente que possa ser feita no momento seja: qual tem sido e qual deve ser o papel das tecnologias no processo educacional? Ou melhor, como as tecnologias podem ser utilizadas para auxiliar a aprendizagem dos indivíduos?
Do Instrutivismo ao (Re)construticionismo
Para responder às indagações acima, cumpre antes reconhecer que uma mudança radical na escola se faz necessária, pelo menos no que tange ao seu fundamento teórico e a sua prática pedagógica. Mesclando as propostas de Valente (1999) e Demo (2000), propomos que a qualificação urgente do capital humano do setor educacional deve acontecer não mais pelo princípio instrutivista, mas de um modo (re)construcionista.
Cognição e emancipação do aprendiz
Aprender a aprender é, entre outras coisas, encontrar a própria margem de liberdade para, em termos piagetianos, “assimilar e adaptar” os novos conhecimentos aos já acomodados, conforme o estilo cognitivo, o ritmo de aprendizagem e as formas de percepção do sujeito-aprendiz. Segundo Piaget (1978), aprender é construir conhecimento. Bem dito, aprender é fazer desencadear na mente do sujeito de aprendizagem processos cognitivos complexos como: reconhecer conceitos novos e compará-los aos já estocados na memória seja por afirmações verbais ouvidas e lidas, seja por experiência vivida na prática; encontrar o ponto de “equilibração” entre os dados “dados” e os dados recém-chegados à mente, para, ao final do processo, condensar o conhecimento desejado. Só depois da experimentação cognitiva e sensorial de tais processos acionados pela experiência concreta e pela abstração do aprendiz é que ocorre a aprendizagem efetiva de um novo saber. Somente pelo dizer, na dimensão discursiva, e pelo agir, na dimensão social, o aprendiz verbaliza e experimenta o que aprendeu, consolidando definitivamente aquele conhecimento.
Entre o aprendiz e as tecnologias, o professor
Para autores como (VALENTE 1999, p 17), o grande desafio da entrada da informática nas escolas brasileiras era a “mudança da abordagem educacional: transformar uma educação centrada no ensino, na transmissão da informação, para uma educação em que o aluno pudesse realizar atividades por intermédio do computador e, assim, aprender”.
Para isso, o autor defende a adoção de mudanças educacionais urgentes, tais como:
a) na organização da escola;
b) na dinâmica da sala de aula;
c) no perfil do professor;
d) na relação dos sujeitos com o conhecimento.
Acrescente-se a isso que a nova geração, que cresce com acesso a vídeo-game, computador, telefone celular, máquina fotográfica digital, MP3 Player entre outros equipamentos digitais, começa a apresentar modos de pensar e de se comportar que os fazem adquirir um conjunto de características e práticas sociais, afetivas e intelectuais bem diferentes e certamente desafiadoras para pais, professores e gestores das políticas educacionais. Em outras palavras, os aprendizes da nova geração estão raciocinando e agindo de modo surpreendente, pois eles têm desenvolvido a capacidade de: apreender, gerenciar e compartilhar os novos conhecimentos aprendidos com os parceiros de suas comunidades virtuais; checar on-line a veracidade das afirmações apresentadas e refutar com base em dados disponíveis na rede, a fim de exercitar a crítica a posicionamentos e não simplesmente acolhir7 de tudo o que se diz na Internet como verdades incontestáveis. Explorar e contemplar as formas de arquitetura escolhida para apresentar as idéias materializadas em discursos hipertextuais, os quais se valem tanto do sistema semiótico verbal quanto do visual e do sonoro como estratégia multisemiótica para se fazer entender entre as inúmeras páginas indexadas diariamente à grande rede; Essa mudança pedagógica fundamental, a qual a escola deve empreender com o suporte das novas tecnologias, implica a criação de ambientes virtuais de aprendizagem que possibilitam a reconstrução do conhecimento e evitam o instrucionismo mecanizado. Para isso as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) devem ser vistas como novos espaços de distribuição de informação à espera de acesso, processamento e articulação com outras informações já transformadas em saber útil para o aprendiz e para sua comunidade. Na esteira dessa mudança de eixo pedagógico do instrucionismo para o (re)construcionismo, muda também o perfil do professor que passa a atuar com outra concepção de aprendizagem e outro modus operandi nos ambientes acadêmicos. O professor convencido da obsolescência do ensino instrucional e convertido à aprendizagem (re)construcionista deve adotar os seguintes procedimentos:
a) Refletir sobre as questões mais relevante de um certo conteúdo a ser trabalhado;
b) Escolher os recursos didáticos em função dos estilos cognitivos dos aprendizes;
c) Analisar criticamente as vantagens e desvantagens de cada ferramenta pedagógica
disponibilizadas pelas TIC;
d) Imaginar formas contextualizadas e criativas de trabalhar os conteúdos com a turma.
O professor que assim procede reconhece que as tecnologias digitais e a comunicação interativa na rede ampliam incomensuravelmente a relação do sujeito com o saber e potencializa certas capacidades cognitivas (memória, imaginação, percepção e raciocínio) e as formas de expressão lingüísticas (além da verbal, agrega consubstancialmente a linguagem visual e sonora) nas superfícies de visualização como telas, monitores, visores de celulares e displays diversos.
Conforme Xavier (2005), o professor consciente dessa “realidade virtual”, já entendeu que precisa ser:
pesquisador, não mais repetidor de informação;
articulador do saber, não mais fornecedor único do conhecimento;
gestor de aprendizagens, não mais instrutor de regras;
consultor que sugere, não mais chefe autoritário que manda;
motivador da “aprendizagem pela descoberta”, não mais avaliador de informações empacotadas a serem assimiladas e reproduzidas pelo aluno;
Referências bibliográfica
XAVIER, Antonio Carlos. Letramento digital e ensino. In: FERRAZ, C. & MENDONÇA, M.
Alfabetização e letramento: conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
JOSÉ MANUEL MORAN - ENSINO E APRENDIZAGEM INOVADORES COM TECNOLOGIAS AUDIOVISUAIS E TELEMATICAS
"A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender"
A afirmação é do professor José Manuel Moran. Ele fala sobre o uso da Internet na educação, fundamentado seu pensamento na "interação humana",
de forma colaborativa, entre alunos e professores.
José Manuel Moran é um dos maiores especialistas brasileiros no uso da Internet em sala de aula. Por isso, não se espere dele o deslumbramento do marinheiro de primeira viagem. Timoneiro experiente, ele conduz o barco devagar. Para o educador que acessa a rede pela primeira vez, ele adverte que nem sempre a maré está para peixe. "A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais". A tecnologia é tão-somente um "grande apoio", uma âncora, indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita o naufrágio. "A Internet traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade", insiste.
A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores. Continua a caber ao professor dois papéis: "ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o mesmo, os ventos mudaram de direção. É preciso ajustar as velas e olhar mais uma vez a bússola. E José Manuel Moran foi traçar rotas em mares nunca dantes navegados. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula".
Estamos em uma etapa de grandes mudanças na transição para a Sociedade da Informação, que afetam também à Educação. Temos que repensar seriamente os modelos aprendidos até agora. Ensinar e aprender com tecnologias telemáticas é um desafio que até agora não foi enfrentado com profundidade. Temos feito adaptações do que já conhecíamos. A educação presencial e a distância começa a ser fortemente modificada e todos nós, organizações, professores e alunos somos desafiados a encontrar novos modelos em todas as situações. As tecnologias telemáticas de banda larga, que permitirão ver-nos e ouvir-nos facilmente, colocam em xeque o conceito tradicional de sala de aula, de ensino e de organização dos procedimentos educacionais. O conceito de curso, de aula também está mudando. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo e esse espaço serão, cada vez, mais flexíveis. O professor continuará "dando aula", de uma forma menos informativa e mais gerenciadora, utilizando as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da Internet, até mesmo fora do horário específico da aula, receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão etc. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos poderão estar motivados, se entenderem a “aula” como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. Começamos a ter acesso a programas que facilitam a criação de ambientes virtuais, que colocam alunos e professores juntos na Internet. Programas como o WebCT, o Blackboard, o Eureka, o LearningSpace, o Aulanet, o FirstClass, o TopClass, o Universite e outros semelhantes permitem que o professor disponibilize o seu curso, oriente as atividades dos alunos, e que estes criem suas páginas, participem de pesquisa em grupos, discutam assuntos em fóruns ou chats. O curso pode ser construído aos poucos, as interações ficam registradas, as entradas e saídas dos alunos monitoradas. O papel do professor se amplia significativamente: Do informador, que dita conteúdo, se transforma em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação, dentro e fora da sala de aula, de um processo que caminha para ser semipresencial, aproveitando o melhor do que podemos fazer na sala de aula e no ambiente virtual. É um desafio aprender a gerenciar o processo de aprendizagem com alunos conectados pela Internet, tanto na educação presencial como na educação a distância. Organizações educacionais precisam rever seus processos de organização, flexibilizar seus currículos, adaptar-se a novas situações, formar seus docentes no gerenciamento da aprendizagem com tecnologias telemáticas.
A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados.
As tecnologias que num primeiro momento são utilizadas de forma separada – computador, celular, Internet, mp3, câmera digital – e caminham na direção da convergência, da integração, dos equipamentos multifuncionais que agregam valor.
O computador continua, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3, principalmente nos pockets ou computadores de mão. O telefone celular é a tecnologia que atualmente mais agrega valor: é wireless (sem fio) e rapidamente incorporou o acesso à Internet, à foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), ao entretenimento (jogos, música-mp3) e outros serviços.
Estas tecnologias começam a afetar profundamente a educação. Esta sempre esteve e continua presa a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar, grade curricular.
Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E hoje? Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obrigatoriamente, para aprender. Há mudanças, mas são pequenas, ínfimas, diante do peso da organização escolar como local e tempo fixos, programados, oficiais de aprendizagem.
As tecnologias chegaram na escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle a modernização da infra-estrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem. Há avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguem arranhar superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os vários níveis de ensino.
Apesar da resistência institucional, as pressões pelas mudanças são cada vez mais fortes. As empresas estão muito ativas na educação on-line ebuscam nas universidades mais agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de educação continuada. Os avanços na educação a distância com a LDB e a Internet estão sendo notáveis. A LDB legalizou a educação a distância e a Internet lhe tirou o ar de isolamento, de atraso, de ensino de segunda classe. A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes últimos anos está começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender.
As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças profundas na educação presencial e a distância. Na presencial, desenraizam o conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporalizado. Podemos aprender desde vários lugares, ao mesmo tempo, on e off line, juntos e separados. Como nos bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de referência; só que agora não precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender.
As redes também estão provocando mudanças profundas na educação a distância. Antes a EAD era uma atividade muito solitária e exigia muito auto-disciplina. Agora com as redes a EAD continua como uma atividade individual, combinada com a possibilidade de comunicação instantânea, de criar grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagem pessoal com a grupal.
A educação presencial está incorporando tecnologias, funções, atividades que eram típicas da educação a distância, e a EAD está descobrindo que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.
Alguns problemas na integração das tecnologias na educação
A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professor continuam predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do ensino para o de aprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, que as inovações serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.
Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os processos de aprendizagem à distância. O aluno desorganizado poderá deixar passar o tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e poderá sentir dificuldade em acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua motivação, sua própria aprendizagem e a do grupo, o que criará tensão ou indiferença. Alunos assim, aos poucos, poderão deixar de participar, de produzir e muitos terão dificuldade, à distância, de retomar a motivação, o entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou do professor poderá ajudar a que queiram voltar a participar do curso. À distância será possível, mas não fácil.
Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Freqüentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.
A maior parte dos cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, focada na informação, no professor, no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor. Convém que os cursos hoje – principalmente os de formação – sejam focados na construção do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em parte preparado e em parte construído ao longo do curso.
É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos que se limitam à transmissão de informação, de conteúdo, mesmo que estejam brilhantemente produzidos, correm o risco da desmotivação a longo prazo e, principalmente, de que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação teoria/prática. Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedback dos problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas. No virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não imediato, ou por um telefonema eventual, que embora seja mais direto, num curso à distância encarece o custo final.
Mesmo com tecnologias de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos educadores, gestores e alunos maduros intelectual, emocional e eticamente; pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar; pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos. São poucos os educadores que integram teoria e prática e que aproximam o pensar do viver.
Os educadores marcantes atraem não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. Transmitem bondade e competência, tanto no plano pessoal, familiar como no social, dentro e fora da aula, no presencial ou no virtual. Há sempre algo surpreendente, diferente no que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na forma de comunicar-se, de agir. E eles, numa sociedade cada vez mais complexa e virtual, se tornarão referências necessárias.
Uma das áreas prioritárias de investimento é a implantação de tecnologias telemáticas de alta velocidade, para conectar alunos, professores e a administração. O objetivo é ter cada classe conectada á internet e cada aluno com o notebook. Começam a investir significativamente no mercado ainda pouco explorado da educação a distancia, da educação contínua, principalmente dos cursos de curta duração.
A construção dos conhecimento na sociedade da informação
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídico, é mais “livre”, menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata (Moran 1998, PP. 148-152).
Referências bibliográfica
MORAN, José Manuel . Internet no ensino. Comunicação & Educação. V (14):
janeiro/abril 1999, p. 17-26.
Profª Ms. Valdirene Alves de Oliveira
Disciplina: Novas Tecnologias e a Educação
Aluna: Lindomar Esmerita da Silva
Docência Universitária UEG
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